terça-feira, 11 de maio de 2010
Balzaquiando - Final, por Mandi Moraes
Pestaninha, meu amor. Sei que não fui convidada, mas não resisti emdar o meu pitaco nesta história de fazer 30 anos. O texto é seu. Leia e seja feliz.
Beijoca da Amandita
Idade nunca foi um problema para mim. Afinal, eu sempre convivi com a dualidade de aparentar ser muito mais jovem do que realmente sou e ao mesmo tempo conviver tranquilamente com pessoas mais velhas do que eu, praticamente me tornando uma delas.
Uma vez uma cartomante me disse que eu tinha uma alma antiga, que eu já havia estado tantas vezes no plano terreno que isso se refletia na minha personalidade. Levando em conta que há chances enormes de isso tudo ser uma grande besteira, se isso fosse verdade explicaria muita coisa. A começar pelo fato de eu nunca ter me importado em fazer 30 anos. E isso foi em 2008. São três décadas, ok. Mas, veja bem. Até os dez anos eu era uma moleca, que brincava – e brigava – com os moleques da escola. Gordinha e desajeitada, vivia cheia de machucados, toda encardida.
Dos 10 aos 20 anos, eu continuava gordinha e desajeitada, mas descobri que não era um patinho feio, afinal de contas. O tipinho moleca encardida foi substituído pelo estilo “não tô nem aí pra você”, o que chamou a atenção de alguns garotos. Ah, os garotos. Os arranhões de quem brincava de polícia e ladrão com os meninos foram substituídos por corações quebrados. Foi uma importante lição.
Dos 20 aos 29 anos, eu descobri a liberdade. Me apaixonei, me desiludi. Fui morar nos Estados Unidos, sofri pra caramba com a distância da família e dos amigos. Descobri como era cuidar de outras pessoas além de mim mesma. Conheci gente interessante, conheci uma outra Amanda, que eu nem sabia que existia em mim. Uma Amanda forte, independente e madura.
E eis que os 30 anos chegaram. Quando isso aconteceu, olhei para trás e percebi que a minha vida até o momento havia sido muuuuuuito boa. E no balanço geral, ficou uma frase: EU NUNCA PASSEI VONTADE NA VIDA. Quem é que pode dizer isso aos 30 anos? Eu tive essa oportunidade. Fiz tudo o que eu quis e, o melhor de tudo, percebi que ainda há muita coisa que eu quero fazer. Isso tudo sem contar que, pelo menos ao meu ver, estou cada vez melhor com o passar dos anos. Tanto física quanto emocional, espiritual e mentalmente. Toda aquela insegurança que a Amanda de 20 e poucos anos tinha, a Amanda de 30 chegou para provar que era besteira. E se antes eu pensava que não devia nada para ninguém, agora eu tenho certeza. Não preciso me casar e ter filhos para ser completa. E se eu quiser mudar de opinião lá na frente, eu tenho esse direito. Porque a vida é minha e ela é feita de experiências, coisa que só o tempo traz. E todos nós, balzaquianos ou não, temos muito tempo pela frente.
Quando Balzac escreveu “A Mulher de 30 Anos”, em 1832, a vida era outra. As mulheres tinham sorte se chegassem aos 30 anos. Muito diferente de hoje em dia, quando muitas começam a viver aos 30. Mesmo com os cabelos brancos (que me atormentam desde os 18 anos), para os quais sempre tem um bom tonalizante, mesmo com a gravidade – academia serve para contornar o problema -, rugas – Renew nelas! -, ou qualquer outra coisa que possa parecer negativo, eu digo e afirmo: 30 anos é demais.
Pare de pensar no que te disseram a respeito e curta. E se ainda restam dúvidas, pense o seguinte: uma mulher de 30 anos é o correspondente ao 007. Se ele tem licença para matar, nós temos licença para fazer o que quisermos. So, enjoy it!
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4 comentários:
Amandita! Seu texto é incrível!!! Sempre fui fã da senhora.
Academia, Renew, Tonalizante e sai de baixo, porque eu vou fazer o que eu quiser! Sempre!
Excelente fechar a série com esse texto. Para falar a verdade eu bem que estava sentindo falta de uma participação feminina e eis que o texto não poderia ser mais inspirador!
Beijos e partamos para a próxima série.
A série toda realmente foi eXpetacular! Concordo muito com a Mandi, fecho com a certeza que estou me sentindo infinitamente melhor com o passar do tempo!
Final nada tem o meu ainda!
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