terça-feira, 18 de maio de 2010

Que família queremos ser? Por L.A.


No meu ponto de vista todos temos dois tipos de familiares. Aqueles que escolhemos – esposa, marido, amigos próximos (todos dizem que os amigos são a família que escolhemos) – e aqueles que não escolhemos – pais, mães, primos, irmãos, avós – os que escolhemos, por mais sofrido que seja, podemos nos desfazer deles; mas aqueles que não escolhemos estarão ligados a nós por toda a nossa vida.
O dicionário Houaiss afirma que, entre outras definições, família é um grupo de pessoas unidas por mesmas convicções ou interesses ou que provêm de um mesmo lugar. O interessante é que essa definição se aplica com mais freqüência ao grupo de familiares que escolhemos e não ao grupo de familiares que nos acompanhará por toda a nossa vida.
Sendo assim, esse texto é voltado para o grupo familiar que não escolhi; voltado para aquele grupo que não necessariamente acredita nas mesmas coisas que eu. Ele é voltado aos meus irmãos, primos, pais, avós (mesmo aqueles que não estão mais aqui), tios e sobrinhos (mesmo aqueles que ainda não estão aqui).
Que família queremos ser?
Tenho certeza que a resposta para essa pergunta é um clichê. A quase totalidade das famílias vai responder que deseja ser uma família unida, uma família que não briga. Para mim isso não é o bastante e na verdade, não é factível.
Não é o bastante porque a minha família já é unida. Nos encontramos para jantar todas as semanas, viajamos juntos, nos reunimos em todos os aniversários, Dia das Mães, Dia dos Pais e no Natal. Trocamos bons presentes e tiramos muitas fotos bonitas que depois são distribuídas e expostas com orgulho.
Não é factível porque não acredito em relacionamentos sinceros que sejam desprovidos de desentendimentos e de brigas. Quem ama, briga. Quem convive, briga. Quem é unido, briga.
Eu quero que a minha família seja daquelas que briga; que briga muito por acreditar naquilo que está defendendo para o bem do grupo como um todo e de cada um de seus integrantes. Mais do que isso, quero que minha família seja daquelas que briga com transparência, sem agendas ocultas. Daquelas que entendem que por pior que seja a verdade ela será dita, com respeito, para a pessoa a quem é de direito. Será dita não como acusação, não para magoar, mas para que o indivíduo possa crescer e alavancar o grupo todo. Mais do que isso, eu quero uma família que saiba fazer as pazes, que saiba perdoar, que entenda a importância de estarmos juntos. Porque é nessa família que eu poderei viver com a confiança de que meus pares estão realmente ao meu lado e eles saberão que eu estou ao lado deles. Mas esse, sou apenas eu......

2 comentários:

Pestaninha disse...

Eu tenho mega encrencas com a minha irmã...espero que ela entenda que torço pro time dela e que as minhas críticas são construtivas.

Tatu disse...

Familia é um assunto que sempre me faz engasgar... gosto de acreditar que muito vai mudar na familia que eu vou construir a partir do meu par mas é obvio que esta parte não escolhida vem junto (de ambos) então ideal que seja "briguenta" como descrita no texto... mas se não escolhemos estes, eu sinceramente acho que nao temos que AMAR, CONVIVER igual com todos temos sim que AMAR as LIÇÔES que nos deixam, isto me deixa bem tranquila!