quarta-feira, 16 de maio de 2012

O conto que contamos - Parte II - by L.A. e Ana Corujo

Passada pouco mais de uma semana consegui terminar minha parcela deste conto que contamos. Ana Corujo já estava ficando um pouco impaciente comigo.

Aliás, se fosse você, lia lá no BLOG Cotidi-Ana, porque ela escreve beeem melhor do que eu!

http://anaflaviacorujo.blogspot.com.br/2012/05/o-conto-que-contamos.html?spref=fb

Para quem quiser ler a PARTE I - http://pestanices.blogspot.com.br/2012/05/o-conto-que-contamos-parte-i-by-la-e.html

Ela...

Quarto “caju amigo” e sei lá quanto tempo de papo, muito agradável por sinal, com o charmoso moreno com ombros largos.

Do bar fomos para uma mesa esperar nossos amigos.

Meu estomago estava grudado no cérebro e eu ia ter a qualquer momento uma crise de hipoglicemia de tanta fome. Mas, mesmo tendo comido apenas um sanduiche, estilo amostra grátis no trabalho hoje, jamais pediria qualquer belisquete sem que João Vicente sugerisse. Moreno, covinhas, simpático e João Vicente... pagar de gordinha feliz, de jeito nenhum!

Rafael, seu amigo, havia confirmado o cano. Já Claudinha continuava no gerúndio. Mas, eu sabia que esse gerúndio tinha um nome – Gustavo, e por isso, resolvi informa-la que fui para casa para poder focar no papo com João Vicente – encerrando o assunto Claudinha.

Finalmente João Vicente falou: “Nossa! O papo esta tão bom que até esquecemos de pedir alguma coisa para comer... estou morrendo de fome! Vamos pedir algo? Aqui tem um filezinho delicioso”.

Adorei. Além de sanar a fome, percebi que estava agradando. E uma coisa ele estava certo, o papo, ops! O filezinho de lá era delicioso.

João Vicente, definitivamente não gostava de futebol, porque nem olhou os três gols do São Paulo, ou ligou para os Corintianos frustrados berrando. Ficamos falando de trabalho, vida, viagens, eixo Rio- São Paulo... e ...carinhosamente trocamos alguns toques.

Ele é gerente de marketing de uma multinacional, mora no Jardins, mas já morou em Londres pela empresa. Tem família carioca, ama o Rio, viaja sempre nos finais de semana e não possui rastros de qualquer aliança no dedo. Uhmmm... a idade? Aparentemente a mesma que a minha.

Aconteceu algo engraçado. Antes do filezinho, pedimos um caldinho de feijão - acho que ele percebeu que eu estava mais “pra lá do que pra cá”. Mas, o que ele não percebeu é que, pós-caldinho de feijão, uma casquinha havia ficado em seu dente. Nada muito gritante, mas a “casquinha amiga” estava lá há horas em seu sorriso branco conversando comigo. Fiquei naquela “falo, não falo”. Nunca sei o que fazer numa hora dessas. Porém, quando ele foi ao banheiro, deve ter visto e a retirou.

Fingi que não tinha percebido seu ar sem graça e para cortar qualquer desconforto comentei que nunca tinha gostado tanto de um cano. E ele riu tranquilamente.

Definiria João Vicente Oliveira, sim! Ele já me adicionou no facebook - como uma combinação interessante de paulista-carioca. Seu jeito é muito mais carioca - pela leveza, humor e não formalismos ao falar das coisas; mas, sua educação e presteza totalmente de paulista.

“Adicionar no facebook”... no mundo moderno agora é assim -  entendo, curto, mas não sei se compartilho. Ainda prefiro que peguem meu telefone. Mesmo correndo o risco de não ligarem, não saber os amigos em comum, ou não poder ver nenhuma foto de mil novecentos e bolinhas.... – ainda sim, descobrir as pessoas aos poucos me atrai.

Já eram quase onze horas e depois de perceber umas quatro ligações de uma tal de Luciana em seu celular, resolvi deixa-lo atender e ir ao banheiro.

Confesso que estou bastante interessada, já ele não sei, paulista é muito discreto nesse aspecto. Mas, deve ter namorada... os bons já estão sempre ocupados.... e nem no facebook posso entrar do banheiro para confirmar o fato, pois a maldita conexão da TIM não pega aqui dentro!

Ele ...

Passadas duas horas de papo, eu já estava na segunda vodka com energético e, tanto eu como ela, precisávamos comer alguma coisa.

Na verdade eu já estava com fome fazia bastante tempo mas sempre acho chato pedir comida quando a garota ainda não manifestou interesse em pelo menos um canapé de carpaccio. Vai entender porque elas gostam tanto disso. Por mim, andava sempre com um x-bacon no bolso!

De qualquer maneira, usando a desculpa de que já havíamos bebido bastante, pedi para o Flávio me arrumar uma mesa.

Não sabia se a amiga de Márcia viria ou não, mas Rafael eu já havia desmarcado fazia tempo!
A conversa estava ótima, já estávamos bastante à vontade, mãos e braços já se encontravam a toda hora. A essa altura, Rafael só iria me atrapalhar.

Eu havia quase acertado a origem de Márcia. Nascida em Goiânia, morava no Rio de Janeiro já fazia mais de dez anos. Com isso, combinava aquele charme meio “faroeste caboclo” com a ginga carioca. Mostrou-se bastante animada ao saber que eu tenho família no Rio e que estou sempre por lá.

Arquiteta, adorava os centros das cidades e conhecia o de São Paulo bem melhor do que eu. Aliás, sabia quase todas as exposições em cartaz tanto em São Paulo quanto no Rio.

Fui ao banheiro (acho que minha bexiga é minúscula!) e me deparei com uma casquinha de feijão bem no meu dente da frente. KCT! Havíamos pedido caldinho de feijão já fazia tempo e a menina nem para me avisar! Bom, paciência.

Voltei para a mesa meio sem graça e Márcia comentou que nunca havia gostado tanto de levar um cano. Pude rir com a certeza (e o alívio) de que meus dentes estavam limpos!

Conversamos por mais algum tempo e era a vez dela de ir ao banheiro. Confesso que o fato de as mulheres conseguirem segurar por bem mais tempo do que os homens me causa certa inveja. Excluídas as dificuldades logísticas, quase nunca se vê uma mulher desesperada no meio da rua ou da estrada.

Aproveitei para retornar as ligações da minha irmã. A Lu parece que sente quando vai ser inconveniente e me liga. Quando eu não atendo, liga sem parar. Tudo bem, amo minha irmã; dizem por aí que somos nós que escolhemos a família que vamos ter.


Aproveitei também para dar uma rápida olhada no Facebook . Hoje em dia é assim; apenas 2 pessoas na mesa? Uma delas levantou? Todo mundo para o Facebook; pode reparar.

Descobri que ela é solteira.

Quando voltou perguntei a quanto tempo e a resposta foi a seguinte:

“Faz um ano. Agora que estou me acostumando com a vida de solteira. Adoro a liberdade, o poder decidir o que quero fazer. Definitivamente preciso ficar um tempo sozinha.”

Já estou solteiro faz quase cinco anos. Por mais interessada que ela pareça neste momento, sei exatamente o que esse discurso significa porque já o usei mais de uma vez...

3 comentários:

Ana Flavia Corujo disse...

Obrigada por me dar o prazer de escrever com vc!!! Rss... Estou adorando essa brincadeira boa que só... Beijao!

Pestaninha disse...

Eu jamais passaria fome! Filezinho nada! Quero mais um frango a passarinho! Mulherzinha chata! Avisa o nego que tem feijao no dente dele!!! Quem nunca teve feijao no dente!? Super normal isso.

Tatu disse...

To adorando estes textos duplos!!