quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Pela volta do bullying.

Muitas vezes penso (e sei) que estou ficando velha e chata. Cada vez mais sem paciência para muita coisa, Mimimi principalmente. Uma das vantagens de envelhecer (e acho que a única) é o autoconhecimento. Saber o que te faz feliz ou não. Depois de certa idade não temos mais a necessidade latente de sermos aceitos. Nós simplesmente nos bandeamos pro lado daqueles que nos identificamos, e talvez por isso tenha perdido alguns amigos e me afastado de outros. Não tenho saco pra gente fraca, com ideia fraca ou sem ideia nenhuma. Não tenho paciência para ouvir baboseira e fingir que tá tudo bem despejar um monte de asneira no meu ouvido. Não tenho a mínima vontade de conviver com gente de convicções diferentes, hábitos diferentes e ética diferente. Ahhhhh, mas a graça do Mundo são as diferenças! O que seria do azul se todos gostassem do amarelo? I don't care! Vai lá você e fica com o azul você e me deixa em paz aqui com o amarelo. Por isso deletei retardados do meu Facebook e sobretudo do meu convívio social. Não sou obrigada a lidar com merda nos momentos de "descontração". Ahhhh, mas tem que respeitar a opinião dos outros. Eu respeito. Você aí e eu aqui. E o senso de ridículo? Oh God! As pessoas estão perdendo totalmente a noção daquilo que está acontecendo no Mundo e na vida delas. Outro dia na academia, uma fulana saca o celular em cima da bicicleta de spinning e faz um Snap. Toda cagada, suada, horrorosa fazendo biquinho pra câmera como se fosse a Pugliesi bem ali do meu lado. Fiiiiiiilha!! !WTF?!? Cadê seu bom senso, flor? Por que cargas dá água você trouxe o celular pra aula? Pra pagar mico nas redes pros "amiguinho"? Porque assim querida, certeza que elas tão tudo gongando as suas banhas pulando, o seu bigode suado e o seu rímel derretido. Hello-o! Parece que ser ridículo está na moda. Ser ridículo tá dando Ibope. O XFActor Brasil que o diga. Assistindo ao programa na última terça-feira ficou claro que as pessoas não tem mais autocrítica alguma. Fulano tem 19 anos, pinta o cabelo de azul, sobe no palco e canta uma música da Lady Gaga mal pra caralho numa performance que me fez sentir vergonha alheia. Em que momento ele achou que estava bom? Ninguém avisou esse infeliz que ele era péssimo? Ninguém teve coragem de dar um "chá de se mancol" pra esse cidadão? Ahhhhh, mas temos que entender as diferenças. Questão de gosto. Todos devem ser respeitados e blablabá... Só consigo pensar que se esse menino tivesse sofrido bullying na escola hoje não estaria pagando esse mico. Bullying na escola faz bem. Evita adultos sem noção. Sofrer na infância porque seu amiguinho te chamou de ridículo é muito melhor do que passar vergonha em rede nacional e pior: ter seu momento infeliz perpetuado no Youtube. Sou a favor de um pouco de bullying, inclusive dentro de casa. Os pais tem que orientar os filhos. Não adianta achar tudo lindo, falar que tudo pode e é maravilhoso porque não é. É melhor ser rechaçado na infância do que na vida adulta. Um tapinha não dói e um pouco de bullying faz bem.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

FUTURO NU by L.A.


Então o Futuro se apresenta!


Assim, sem mais nem menos, sem aviso prévio, sem tocar a campainha ele simplesmente aparece bem na sua frente e pede para entrar.

Completamente nu e exposto fica difícil fingir que ele lá não está. Claro que sempre podemos olhar para o outro lado, continuar no caminho em que já nos encontrávamos mas, uma vez que ele se apresenta, como fingir que não o conhecemos? Que não o vimos?

Já escrevi aqui sobre a saudade que tenho “dos bons e velhos tempos” (#saudade); escrevi sobre o passado.

Já escrevi aqui também sobre o quanto nos preocupamos de mais enquanto o tempo passa sem que tenhamos tempo para aproveitá-lo (Um dia de cada vez); escrevi sobre o presente.

Mas o futuro é uma história completamente diferente.

Ele passa o tempo todo, a espreita, nas sombras, espiando nosso presente, revendo nosso passado.

Sabemos que ele está lá a nossa espera. Sabemos que tudo o que fazemos hoje, que tudo o que fizemos ontem, nos levará até ele mesmo sem saber exatamente como. Sabemos que nosso passado nos transforma em nosso futuro.

Então um dia, sem mais nem menos, ele aparece bem na nossa frente, nos olhando diretamente nos olhos e então, o que podemos fazer? Ignorar? Como respeitar o status quo do nosso presente?

Talvez a melhor coisa a fazer seja olhar esse futuro de volta com a mesma intensidade que ele olha para você.

Talvez a melhor coisa a fazer seja também despir se, ficar completamente nu.

E então quando você e seu futuro estiverem lá, frente a frente, sem mais segredos, reunir toda a coragem que ainda tiver e levá-lo para dar uma volta com você.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Motivada pelos 6.000 médicos cubanos que nosso "sábio e competente" governo pretende importar, minha amiga, médica e ex Bandeirantina (denominação carinhosa que damos aos ex alunos do Colégio Bandeirantes) , escreveu o texto abaixo. Um brinde a Dra. Fabiola Macruz e aqueles que sustentam seus dias de fúria.


DIA DE FÚRIA DE UMA PATRICINHA!!!

Hoje acordei tranquila, nada de mais aconteceu ontem. Tive um dia aparentemente normal.
Cheguei hoje pela mahã no hospital em que faço meu último ano de Residência, e completo meu décimo de estudo sem nenhuma remuneração, para tentar exercer de forma miminamente capacitada uma profissão na qual fui ensina a acreditar e a respeitar.
As sete da manhã passei pelo corredor do ambulatório do Prédio Central do hospital, pedindo licença para passar, pela multidão de gente aguardando uma consulta. Gente chorando nos corredores, revoltas, barganhas, mães com os filhinhos no colo porque não têm com quem deixar, aguardando a consulta tão esperada, aquela beleza de sempre. Me lembrei de quando passava de jaleco nos corredores do PS da Santa Casa, minha escola de formação, onde não era incomum os pacientes se agarrarem ao jaleco implorando atendimento. Me lembro de pensar quão pior deveria ser o famoso Zaire, país que na época da minha escola usávamos de sinônimo para o "inferno da terra", e o quanto mais dava para tirar a dignidade humana naquela situação para nos aproximarmos mais da realidade deles. Um país emergente, numa das cidades mais ricas do mundo versus a miséria na sua forma mais escarrada. Mas enfim, hoje já acho que estou é desatualizada. O inferno deve ter mudado para cá e me esqueceram de avisar. O desprestígio a vida nos dois países deve ser o mesmo, só muda a máscara.
Então abro o computador, para começar a trabalhar, e vejo a matéria sobre a importação de 6 mil médicos Cubanos pela Dilma, para trabalharem nas áreas carentes do país, sem terem que revalidar qualquer diploma, sem qualquer exigência de capacitação, e "coincidentemente" trazidos do país com quem o Brasil aumentou nos últimos 9 anos mais de sete vezes o comércio.
Na matéria uma nota do ministro das Relações Exteriores brasileiro, Antonio Patriota :
“Estamos nos organizando para receber um número maior de médicos aqui, em vista do déficit de profissionais de medicina no Brasil. Trata-se de uma cooperação que tem grande potencial e à qual atribuímos valor estratégico”.
Como se nós, a classe médica, não soubéssemos o excesso de médicos não só dispostos, mas implorando por um empregos decentes, se submetendo até a perder seu certificado médico, tão sofridamente conquistado, ao trabalhar em hospitais totalmente desqualifcados, em subempregos, com uma remuneração tão patética que faria qualquer jogadorzinho "fubeca" de futebol chorar de rir. Alias, nem jogador. Até o malabarista de semáfaros certa vez foi pedir esmola e ao ver meu jaleco falou ao colega: Essa não, deve ser mais dura que nós!
FENOMENALLLLL!!!!
Então somos agora, ainda obrigados a ouvir essa. Que não há médicos o suficiente em um país com um mercado de trabalho super saturado para os que estão ingressando agora na área médica. Ou que não há médicos dispostos a ir “humanitariamente” atender as áreas carentes desse Brasil, como se ninguém soubesse que essa bando que vem, aceitando qualquer esmola, barateará ainda mais os nossos serviços, tornando ainda mais difícil com que não nos sujeitemos aos sub-empregos disponíveis, sorrindo, a ainda agradecendo a Deus que temos algo, afinal poderíamos ser eles, olha que bacana! Miséria sempre dá para piorar, não é mesmo? Olha o Zaire! Brasil um lixo, mais não somos eles!! Então está tudo certo!!
Coincidentemente, um colega de profissão, formado em uma das mais remuneradas faculdades americanas, com um currículo de fazer inveja a qualquer médico recém formado, veio recentemente me contar a burocracia infindável e as provas exigentíssimas cobrada pelo Conselho Federal de Medicina, as quais ele está se sujeitando para a revalidação do seu diploma de médico no Brasil. Parece piada? Mas calma, o fim ainda nem chegou!
Ria de nós Dilma!!! Ria bem alto, dessa população que sabe dos crocs que você usa nos seus pés e não entende as merdas que saem da sua boca! Ria com o ar de indiferença total ao trabalhador brasileiro, ao estudante que se dedica a uma carreira, ao jovem que acredita no que faz!
Aproveite e convide o Lula para rir com você diretamente do hospital particular de última ponta em que ele se tratou pq sabe que a saúde no Brasil está uma merda!!!
Ao chegar em casa, no fim do dia, encontro um funcionário do prédio em que moro que me pergunta: Doutora, onde a senhora atende?
"Atender" foi gentileza. Faço plantões noturnos em alguns hospitais, que engato com meu horário diurno da Residência, nos quais a responsabilidade é quase nada, meus colegas de profissão que expliquem, para ganhar uma merreca no fim do mês só para não me sentir tão idiota após todos esses anos de dedicação à uma profissão fadada ao decrepto, se depender dos nossos regentes. E devo ser grata. Pois ainda tenho uma rotina melhor que a maioria dos meus colegas de profissão, graças ao "apoio" financeiro dos meus pais, que após mais de 40 anos de dedicação à saúde têm direito à uma "louvada" aposentadoria de mil e poucos reais.
Após minha resposta ele responde com certa revolta: É doutora, só Hospital central. Ninguém mais quer atender em periferia. No meu bairro nego morre na calçado do hospital pq o segurança fala que está lotado. Vc não tem vergonha?
Sim, meu caro, eu tenho vergonha. Muita vergonha.
Tenho vergonha de viver em um país onde se dedicar ao estudo é piada nacional, pq o que o louvado é a ignorância. Em momentos como esse, tenho vergonha de ter dedicado dez anos da minha vida, muito mais se considerarmos os anos de estudo prévio para poder entrar numa faculdade decente, e ainda do que dedicarei, à uma profissão que ninguém mais respeita, que é ridicularizada publicamente quando um governo de corruptos descarados, deixa claro ao mundo que capacitação não é valorizado nessa maravilhosa sede da Copa.
Sim, me lembro de uma vez estar no corredor do hospital e ser pega desprevenida por uma paciente a quem foi vetada uma sessão de quimioterapia pela falta de recurso financeiro do SUS, gritando: Então é isso que minha vida vale? Menos que uma sessão de quimioterapia.
Não minha senhora, sua vida não vale uma sessão de quimio. Sua vida, tanto quanto a minha e de qualquer um que não tenha nenhuma vantagem financeira para oferecer aos "donos do Brasil", não vale é NADA!!!
Por que valeria?
Vivemos em um país em que a bolsa nova de uma blogueira é mais comentada que as vidas perdidas estupidamente todos os dias. Nada contra o fashionismo, apenas contra a inversão de valores que hoje em dia reina a sociedade brasileira, ao egocentrismo que prepondera em qualquer roda social, a soberania da futilidade extrema sobre qualquer valor humanitário e especialmente a glorificação atual do ter e total ridicularização do ser.
Afinal fechamos os olhos todos os dias para a maldita guerra civil na qual vivemos. Nos calando diante da ditadura que nos está sendo imposta, sem nenhuma manifestação da minoria ainda intelecutalmente hábil desse país, se é que ainda resta alguma minoria apta para alguma coisa nesse país, me incluindo.
Sim, acredite, tenho muita vergonha.
Vergonha de mim mesma. De nunca ter tido coragem, tempo ou disposição de encher meus pulmões e gritar contra a apologia desse governo à tudo que não presta. De nunca ter mandado aquele Lula filho de uma puta para o inferno que ele criou na vida de tantos brasileiros honestos, massacrando a classe média, tornando cada vez mais difícil, através dos impostos infindáveis que recaem justamente sobre essa classe, qualquer possibilidade de ascensão social. E viva o rico cada vez mais rico, a classe pobre cada vez mais excluída e a classe media cada mais exterminada!
Então tentando me acalmar ligo para uma amiga para bater papo.
Ela me diz: Hoje perguntei para minha nova empregada quantos filhos ela tinha. Acredita que ela respondeu sem a menor vergonha: Cinco, mas em busca do sexto, para ganhar bolsa família?
Sim eu acredito! Como tinha me esquecido dessa bolsa família. A ideía mais cara que uma população já comprou. Criadora de crianças marginalizadas, exploradas desde a gravidez, sem direito de resposta, para a excrecência da humanidade que chamamos de ex-presidente garantir sua eleição! Crianças que daqui a alguns anos nos roubarão e virarão os magníficos assassinos que num belo dia acham engraçado atear fogo em alguém vivo! Mas porque não? Sofrerão punições? Terão alguma retaliação? Imagina, afinal os direitos humanos funcionam muito melhor para quem nem acredita na humanidade!
Cada vez mais as informações passadas pela mídia são deturpadas, moldadas,“inventadas”, descaradamente, “acobertadas”, isso quando nos dão o direito a mídia, direito esse que já nos está sendo cada vez mais tirado. E assim vai, ninguém mais nem tem vontade de saber desses fatos, que quando verídicos, são imutáveis, apenas servindo para nos aflingir ainda mais.
E viva a “bolha”em que vivemos, a qual tentamos manter a todo custo! Acredite, isso vindo de uma “patricinha” que me considero, que adora moda e que bem ou mal mantém sua querida bolhinha “intacta”. Veja, não tenho a menor intenção de criticar estilos de vida diferentes, valores pessoais, não, ao contrario, mas de defender os valores mínimos que ainda nos restam e usar o direito de expressão que ainda temos!
E certamente terão incrédulos, egomaníacos, atarefados, submissos que pensarão: Ela está ou tendo um colapso ou tendo muito tempo vago para se dar ao trabalho! Mas claro!! Para você um joinha! São exatamente de pessoas como você que o Brasil precisa para afundar por completo! Pessoas que acham que expressar a opinião é incoveniência, coisa de quem tem tempo sobrando! Que ter qualquer visao política, mesmo que ínfima é desagradável e conficções então, são itens totalmente desfavoráveis!
E que reine a submissão! Nossa submissão! A perda total de qualquer amor próprio, ao outro, ou a nosso opinião!
Mas porque se dar ao trabalho de sentar e escrever tudo isso? Se todos os dias o que aprendemos nesse país de palhaços é que quanto menor o esforço, maior a remuneração!
Então sejamos vagabundos, analfabetos, marginais, imprestáveis, oligofrênicos, mau-caráter, desonestos, descarados, completamente imbecilizados. Quem sabe assim um dia conseguiremos nos tornar presidente!
Sim, hoje eu tive um dia de fúria. Após tantos anos vendo tudo, assitindo de camarote a destruiçaõ do meu país, do nosso povo, fingindo imparcialidade e fingindo acreditar que ainda existirá um fim bom, que há de se ter um jeito, que alguém digno desse cargo politico tão desrepeitado e banalizado pelos últimos regentes vergonhosos dessa nação, ainda surgirá e fará "justiça"!
De fato, melhor eu voltar para o facebook e xeretar albuns alheios! Esse negócio de olhar o mundo dá muito trabalho, incomoda demais!
Melhor continuarmos vivendo cada um em sua bolha, dentro do carro blindado que compramos para podermos passear, do apartamento que talvez nunca consigamos quitar em um bairro nobre, para não termos contato com a pobreza que nos cerca e assitindo à TV americana para enxergarmos a realidade promíscua à que nos sujeitamos!
E sigamos em frente pessoal, com o nariz do bozo na nossa cara!
Espero apenas que um dia a Dilma precise de assistência médica e seja atendida pelos promissores médicos cubanos importados, ao invés de fazer como seu “apadrinhado” e se refugiar no Hospital Sírio Libanês!

domingo, 14 de abril de 2013

#saudade by L.A.


Não sou uma pessoa nostálgica. Na verdade, gosto da novidade, do que está por vir. Adoro a descoberta, o desvendar, o movimento. Mas nada disso me impede de sentir saudades dos bons momentos que vivi, das pessoas que ficaram para trás ou apenas mais distantes.

Como se diz por aí, “dos bons e velhos tempos”.

Tenho saudades dos meus anos na Escola Barifaldi, na Rua Frei Caneca. Dos jogos de queimada, de jogar bafo na hora da saída enquanto esperava minha mãe me buscar por horas (a sensação que eu tinha é de que ela sempre me esquecia!).

Quando terminei a quarta série, meus pais me mandaram para o Colégio Bandeirantes. Por mais natural que fosse a decisão, fui muito contrariado já que, de todos os meus amigos, apenas Bruno Pimenta iria comigo. Como senti falta de todos eles. Ainda hoje nos encontramos e sempre me pego ouvindo as histórias dos tempos em que eu não estava lá e com saudades de coisas que não vivi.

Tenho saudades também do Bruno Pimenta, amigo que sumiu no turbilhão do dia a dia antes mesmo de termos  nos formado no Bandeirantes. Aliás, se existe um período da minha vida do qual sinto falta, são dos meus anos no Colégio Bandeirantes!

Incrível como os anos lá vividos, entre 1991 e 1997 me marcaram, me criaram e repercutem ainda hoje com estrondosa satisfação. Não fui um aluno brilhante; longe disso. Minha mãe sempre disse que eu, com esforço, estava na média (o que é mais ou menos igual a dizer que você, com esforço, é medíocre).

Mesmo assim foram anos mais do que incríveis. Época de formação de caráter, de exploração, de solidificação de grandes amizades, do primeiro e inesquecível amor.

Tenho saudades da Paraty da minha infância quando aqueles 30 quarteirões do centro histórico eram um mundo a ser explorado diariamente, sozinho, com uma garrafa pet cheia de água, um canivete e uma bússola. Cidade que me foi apresentada por minha madrinha e por um namorado que ela teve, Vital Raiola.

Vital aliás é alguém de quem sempre sentirei saudades. Namorado da minha madrinha, me levava para seu sitio onde aprendi a andar a cavalo (até hoje uma das minhas grandes paixões) e sempre almoçávamos frango frito de padaria, farofa e melancia.

E já que estou falando de família, tenho saudades da época em que mina avó Cecília era saudável, forte, festeira, “viajadoira”. Manteve a nossa família unida enquanto pôde e sempre nos serviu de exemplo.

E meu avô Luizito então!
Primeiro dos Luiz Alvaro’s deixou praticamente um legado. Completaria 100 anos no dia 19 de abril de 2013 e, como fazemos todo ano, teremos festa para relembrar as boas histórias ao lado dele.

São tantas as pessoas que passam por nossa vida, algumas delas com chances reais de mudarem nosso caminho, nosso percurso, que se for fazer uma lista, tenho saudades de muitas pessoas, de muitas épocas, de muitos lugares e momentos.

Tenho saudades também de você.

Daquele dedo torto que você faz quando quer chamar minha atenção. Da sua gargalhada alta, aquele seu rir até não poder mais. Do seu sorriso largo. Do jeito como você coloca seu pé em cima do meu quando vai dormir logo depois de ter se acomodado “dentro” do meu abraço. Da maneira como você finge que eu não estou falando bobagem. Do seu não saber assobiar. Das nossas conversas intermináveis. Da sua companhia no carro, seja para falar, seja para calar. Do seu jeito decidido de ser. Do seu sentir falta sem sentir falta. Saudades das nossas viagens. Saudades do nosso não fazer nada. Saudades dos nossos passeios de moto, das nossas caminhadas. Saudades de você na balada (ou na night).

Muitas são as pessoas e momentos dos quais tenho e ainda terei saudades.

Ainda bem! 

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Different Perspectives (em inglês pq combina!)

Prometo faz tempo que volto a blogar e nunca cumpro. Virei chacota já, quase promessa de político, mas acho que faltava inspiração mesmo. A vida andou muito chata por um período e broxei, mas este não é um assunto para desenvolver aqui, afinal o Pestanices é quase o Pão de Açúcar - "Lugar de Gente Feliz", e gente feliz não faltou neste feriado!

Paraty sempre foi mágica pra mim. Adoro o mar verde, os barquinhos teco-teco coloridos, as ruas de pedra e a possibilidade zero de salto alto. Férias não combinam com salto alto e em Paraty é proibido! Gosto da não frescura de Paraty. Gosto da sofisticação despretensiosa, gosto da mistura de cariocas com paulistas e gringos aventureiros que frequentam aquelas bandas. As pessoas de Paraty são especiais e as que estiveram por lá nesse feriado fizeram daquela praia um "Paragiuso" mesmo sem sol.

Definitivamente a vida tem muito mais graça quando encontramos pessoas que combinam conosco. Pessoas que dividem opiniões, ideias, piadas e risadas semelhantes. Cada um na sua tribo, sendo feliz do seu jeito. A gente até pode achar uma tribo mais bacana que a outra, se identificar mais com uma do que com a outra, mas existe certo e errado quando se trata de tribo?

Se existem grupos de pessoas que dividem a mesma filosofia, por mais esquisita que seja, é errado? Desde que não faça mal ao próximo, penso que não. Vale tudo! Vale até dançar homem com homem e mulher com mulher! E que atire a primeira pedra aquele que nunca foi adiante numa atitude "pré-giugada" errada, não é mesmo? Só não pode machucar ninguém (ou fazer filme de terror na vida alheia)!

Eu aqui, sou bem feliz com a minha tribo de gente cachaceira, barulhenta, inteligente, divertida e careta. Não troco essas pessoas por tribo nenhuma. Adorei reencontrar velha e conhecer gente nova que divide a mesma loucura que eu e espero, muito em breve, gargalhar com vocês de novo.

Ps. Vale contar que escrevi este post do pronto-socorro hoje a tarde...dei uma super topada no pé e machuquei o dedinho. Tô preocupada com o salto alto que queria usar no casamento da Damara...

So much love,

Ju Pestana.

xxxx

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

ATRASADO by L.A.


Tem gente que vive atrasada.

Não importa que tenhamos marcado com antecedência, que tenhamos ligado antes lembrando o horário, que tenhamos avisado que já estamos quase chegando. Essas pessoas simplesmente não conseguem chegar a tempo.

Minha mãe é uma dessas pessoas. 
Ela “adora” atrasar. Qualquer programa, qualquer dia, qualquer horário e ela atrasa (vou levar “pito” por esse parágrafo).

(E tenho uma amiga que vai me escrever dizendo que usar a expressão “vou levar pito” é totalmente vintage!).

Meu melhor amigo é outro que vive atrasado. Também pudera!
Basta falar para ele - “Vamos embora”
Que ele responde - “Pera aí que eu vou malhar, comer uma lasanha e tomar uma ducha”

Tenho outro que é devagar quase parando. Demora uma eternidade para retornar as ligações, responder mensagens no celular, tomar decisões. Apenas para ilustrar, colocamos nele o apelido de SLOW.

Enfim, quando você chegou, eu já estava lá.
Eu não estava esperando por você.
Você não estava atrasada.
Nós não havíamos marcado horário.
Na verdade, ainda nem nos conhecíamos.
Pelo menos não assim, pessoalmente.

A sua simples chegada foi praticamente um evento.
Animada, cheia de novidades e planos, tomou conta da conversa com seu jeito meio loquita de ser. Caras e bocas, prendeu a atenção de todos, inclusive a minha.

Empatia é a palavra que me vem a mente quando penso naquelas horas em que passamos juntos, pelo menos da minha parte. Mas não tenho certeza de que seja a palavra certa.

Nem gosto dessa palavra!

Sempre me parece uma daquelas expressões que usamos quando queremos falar algo mas não queremos dizer nada.

Mas é essa a palavra que me vem a mente (vai entender).

Enfim, quando você chegou, eu já estava lá.
Você não estava atrasada.
Na verdade, ainda nem nos conhecíamos.

Na verdade, atrasado estava eu, que apareci na sua vida na hora errada.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

O Colecionador de pedras by L.A.

Havia acabado de completar 29 anos e de me separar.

Claro que estava deslocado com aquela solterice inesperada.

 Inesperada?

Não exatamente.

Nós já havíamos nos distanciado fazia bastante tempo e por mais que a iniciativa tenha sido dela, eu sabia exatamente o que estava acontecendo.

A questão principal era que eu havia namorado tempo de mais, me casado cedo de mais e estava com a sensação de que, ao chegar aos 30 anos, ainda não teria feito boa parte das coisas que queria (que deveria?).

Eu ainda não tinha ido a todas as festas, não tinha conhecido todas as pessoas, feito todas as viagens de galera, dançado todas as músicas, assistido a todos os filmes, navegado para todas as ilhas.  Eu ainda não havia me permitido fazer todas essas coisas.

Tudo bem, nem sabia direito por onde começar.  Afinal, andava sempre em casais, minha irmã e irmãos estavam casados ou namorando, meus melhores amigos também.

Precisava de uma turma nova, animada, SOLTEIRA!

Precisava também descobrir o que estava acontecendo de bom, quais as viagens interessantes, as baladas, as nights, as noitadas, os bares, os botecos. Quanta coisa por fazer e por descobrir!

Livre, sem compromisso, senhor do meu tempo e do meu destino. Foi assim que comecei minha coleção.

Com o passar do tempo, fiz muitas novas amizades. Mas para isso, tive que deixar as antigas um pouco de lado. Claro que eles entenderam; me entenderam. São meus amigos da vida toda.

Com o passar do tempo, conheci muitos novos lugares. Mas para isso tive que deixar os antigos um pouco de lado. Seria impossível estar em Angra dos Reis e em Paraty ao mesmo tempo; em Punta e no Rio de Janeiro; em Campos do Jordão e em Florianópolis.

Fui a muitas festas, bares, botecos, nights, baladas, noitadas, exatamente como eu desejava. E minha coleção só fazia aumentar.

Meu grande inimigo nessa jornada?
Ironicamente, o tempo.

Tempo esse que nunca parecia ser suficiente para que eu estivesse em todos os lugares, com todas as pessoas, desbravando um novo bairro, uma nova cidade, cultivando todas as minhas vontades.

Tempo esse que só fez passar sem que eu tivesse tempo de colocar em perspectiva tudo o que tinha e tudo o que tentava conquistar com minha nova e irrefreável liberdade.

Então, passada a ansiedade, feitas as descobertas, vividas as emoções, consegui apaziguar minha fome de colecionador.  Passado o tempo, tenho hoje a segurança de que matei minhas vontades; fiz o que queria fazer (o que tinha que fazer?).

Resta agora saber o que de fato valeu a pena.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Essas mulheres.... by L.A.


Já estou solteiro faz quase 5 anos. Tomei meu pé na bunda em2007 e venho me recuperando desde então.

Neste processo tive a oportunidade de conhecer e convivercom muitas mulheres, de diversas partes do Brasil.

Podem tirar o sorrisinho de canto de boca; não estou falandoaqui de casos e romances. 

Houve casos, romances, amizades, coleguismo, viagens,jantares, HHs, trabalho e diversos outros tipos de interação.

O que existe de comum em todos eles?
A conversa, a troca de experiências.

O assunto mais comum?
Relacionamento homem e mulher.

Que tema inesgotável!

Inesgotável e confuso.

Se tem algo que não me atrai nas mulheres é a inconstância. Nãoestou falando aqui de “fazer charme”. Estou falando de não saberem o quequerem.

Me impressiona o quanto as mulheres reclamam de nós homens.
O pior é que não existe um padrão na reclamação. Ela égeneralizada, abrange todos os campos e costuma podar qualquer tipo de atitude.

Tudo bem, posso ter exagerado um pouco no último parágrafopara me fazer mais didático, mas vejam se não tenho certa razão.

1)  Se não ligamos no dia seguinte, não damos valor.Se ligamos, somos grudentos.
2)  Se convidamos para sair 2 dias seguidos, somosinsistentes. Se não convidamos, desistimos muito fácil.
3)  Se deixamos vocês resolverem as coisas, nãosomos homens de atitude. Se resolvemos as coisas, somos autoritários.
4)  Se nos preocupamos com os problemas de vocêssomos enxeridos. Se não nos preocupamos, somos insensíveis.
5)  Se tentamos beijar no primeiro encontro, somosapressadinhos. Se não tentamos, somos moles de mais.

A lista é infinita.

Tenho amigos que já ganharam mulheres maravilhosas fazendoexatamente “tudo errado” e tenho outros que foram descartados por terem feito “tudocerto”.

(Antes que alguma mulher reclame, o “tudo errado” e “tudocerto” não foi dito por mim ou seguiu a minha concepção. Foi dito pelasrespectivas em questão.)

Assim sendo, tento dois conselhos.

MULHERES – Tentem ser mais simples, mais objetivas e menosadjetivas. Vocês acabam sempre nos confundindo com esse comportamento e emalgumas das vezes até mesmo nos afastando.

HOMENS – Fica o clássico: paciência.

De resto, boa sorte a nós todos.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Pretensão by L.A.




Um dia tive a pretensão de te chamar de "minha" Linda.

Ingênuo eu de agir como se algum dia você tivesse sido, de fato, minha.

Acredito sim que, em algum momento (talvez esquecido), nós nos pertencemos.

Não na primeira vez em que ficamos. Cedo de mais.

Nos pertencemos pela primeira vez naquela manhã ensolarada de terça feira quando decidimos nos esconder do mundo. Naquela manhã, nada do que nos esperava era mais importante do que o que já tínhamos.

E que terça feira memorável!

Aquele foi nosso segundo encontro mas nossa intimidade, nossas confissões, sorrisos e olhares nos denunciavam como velhos amantes.

Depois daquele dia, nos pertencemos uma vez mais, enlaçados furtivamente em uma cama de solteiro. Por mais que a cidade novamente nos aguardasse e até mesmo nos procurasse, tínhamos absolutamente tudo que desejávamos exatamente ali, na penumbra.

Naquele final de semana me despedi de você pretensiosamente chamando-a de "minha" Linda. Deixei a cidade cheio de planos e promessas, suas e minhas.

Deixei a cidade e nunca mais te vi.

Incrível como algumas pessoas que conhecemos poderiam mudar tudo em nossas vidas mas então, elas ficam tempo de menos e simplesmente não farão diferença nenhuma.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Baile de máscaras by L.A.




























Pessoalmente, odeio festas a fantasia. Nem sei direito o motivo mas todo aquele misancene (ou mise-en-scéne) para se transformar em outra pessoa, para personificar esse ou aquele personagem, me dá a maior preguiça.


Tirando as festas juninas, confesso que recuso todo e qualquer convite que inclua qualquer tipo de fantasia e suas variações (festas dos óculos, chapéu, peruca, dentadura, etc).

Já não bastasse as máscaras que usamos todos os dias, ainda tem gente que sai do trabalho mais cedo para fazer cabelo, maquiagem e figurino para sair a noite disfarçado.

Sim, porque em maior ou menor escala, todos nós vestimos máscaras em nosso dia a dia. Temos máscaras para todas as ocasiões, sejam elas pessoais ou profissionais. Seja para nosso chefe, funcionários, amigos, família ou namorada.

Alguns usam suas máscaras para parecerem mais poderosos, menos tímidos, mais altruístas, menos autoritários, mais independentes, menos caretas. Fantasias diárias para se mostrarem diferentes do que são.

Em alguns casos, usam seus trajes durante tanto tempo que acabam se transformando naquilo que antes apenas personificavam. Se assim for, que seja para melhor.

Muitos usam suas máscaras para disfarçar suas reais emoções. Quantos de nós não vamos trabalhar de coração partido, preocupados com nossos cachorros ou totalmente distraídos com uma ligação que já deveria ter acontecido mas ainda não recebemos?

Essa festa a fantasia, nenhum de nós consegue evitar ou recusar convite. Nossa rotina impera e, na grande maioria das vezes seguimos o lema – KEEP CALM AND CARY ON.

Vivemos um eterno e rotineiro Baile de Máscaras.